A minha primeira
postagem faz referencia ao ato de viajar. Há dias venho pensando qual deveria
ser o tema da minha próxima postagem no blog. Desde que cheguei a Barcelona
tenho tentado de várias maneiras aproximar todas as minhas ações cotidianas da
minha relação com a tese e por isso este post trata do tema viagem/viagens.
Viagem tem a ver com esta
tese: do inicio ao fim!
- Viagem, enquanto deslocamento, trânsito, mudança e principalmente como movimento.
- Viagem aqui significa sair do lugar, da zona de conforto.
- Viagem como um ato de transformação pessoal que ocorre em contato com o outro, com os outros. "outro: entendido com tudo - não só pessoas".
- Viagem também tem a ver com identidade e consequentemente: descentralização/, deslocamento/fragmentação.
- Viagem como metáfora mas também como o ato literal de viajar.
Quando cheguei a
Barcelona em 2006, lembro-me que estar em BCN bastava. Como vim para cá sem
bolsa, sem trabalho e com dinheiro para alguns meses não estava incluído nos
meus planos viajar. Não porque eu não quisesse, mas porque eu sabia que minhas condições
financeiras não me permitiam tal luxo. Mesmo assim não deixava de entrar nos
sites das companhias áreas para ver os preços e claro imaginar qual poderia ser
meu destino.
Lembro-me com perfeição
de todas as viagens que fiz quando morava aqui. A primeira delas foi no natal
de 2006 na casa de uma amiga em Madrid. Fui de ônibus, aproximadamente umas 8
horas. Para quem viajava 38 horas de Goiânia a Santa Maria, realmente às 8
horas eram tranquilas. Naquela época era o que eu podia. Minha segunda viagem
foi para Portugal com minha madrinha, em abril de 2008. Nesta época as condições
financeiras já estavam melhores e pude ir além do imaginar.
Foi então que
percebi que já não bastava mais estar em Barcelona, eu queria era conhecer também
outros lugares. Comecei a guardar dinheiro na poupança. Não era muito, mas era
o suficiente para de vez em quando conhecer outros lugares.
Viajar no Brasil
aquela época era bem difícil e caro, alias não era somente naquela época,
continua sendo caro, mesmo com a falsa ilusão criada pelas companhias áreas com
suas inúmeras promoções.
E passei a viajar
e passei a amar a viajar. Minha ultima casa em Barcelona no período em que
morei de 2006 a 2009, tínhamos um mapa na parede da sala. Compartilhava piso
com mais 2 amigas e cada uma de nós ao retornar de uma viagem colocava um
alfinete colorido para deixar registrado o lugar que tinha conhecido. Esta
prática se tornou um tipo de "ritual" e muitas vezes ficávamos em frente ao mapa recordando.
Neste final de
ano eu e o Leonardo decidimos viajar. Nosso destino escolhido foi Istambul. Para
a consciência não pesar durante a viagem, já que quem faz uma tese deve estar
concentrada e escrevendo diariamente, levamos computador e os arquivos para que
eu pudesse trabalhar pelo menos um pouquinho.
Istambul me surpreendeu
em todos os sentidos: para mim uma cidade incrivelmente incrível para ser mais
redundante. Diferente de todas que havia conhecido anteriormente. Não é muita
organizada e limpa, mas me pareceu segura. Gostei da irreverência dos turcos: são
simpáticos e na maioria das vezes solícitos. Quando viajo sempre busco relatos
de pessoas que já conheceram o lugar para saber como é, e como funciona certas
coisas como transporte publico, alimentação, etc. Antes de chegar a Istambul
alguns amigos aconselharam-nos sobre algumas coisas e nos deram sua visão sobre
a cidade. É verdade que cada um constrói sua experiência com a cidade, e a
nossa sobre Istambul parece ter sido diferente das versões relatadas por nossos
amigos.


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Coincidentemente
no período em que estávamos em Istambul um amigo postou no facebook a seguinte
frase – “tem gnt
q viaja e leva consigo o lugar de onde é, mas tem aqueles outros, q a cada
lugar q visita, toma as cores e os aromas do lugar q passa, como um camaleão
vai mudando de acordo com a paisagem, sou desses”...
Pensei comigo mesma: tem gente que não leva
nada do lugar...
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Será que voltamos diferentes de todas as viagens?
Acredito que mesmo em viagens "curtas" se pode aprender do lugar, das pessoas, dos costumes.
Acredito que sempre voltamos mais aptos e desejosos para experimentar o mundo.
Tem gente que viaja para dizer que viajou, mas mesmo assim, viaja!
Tem gente que não sai do lugar mas consegue viaja muito. Será mesmo que é possível?
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Outra ideia (importante ideia) - os sujeitos da pesquisa também destacam esta experiencia "a de viajar" nos seus relatos. Alguns comentam que uma das grandes vantagens de estar morando em Barcelona, é a oportunidade de viajar e conhecer outros países.
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Finalizando - tomemos as cores e os aromas do lugar que passamos para aprender sobre nós mesmos e sobre o que cada viagem pode nos ensinar da vida e do momento em que estamos vivendo!