Mas várias ações/práticas
cotidianas e institucionais me possibilitaram criar links com a tese.
1ª – Investigação baseada nas Artes - disciplina que assisto nas segundas e terças-feiras pela manha junto a alunos da graduação.
Os alunos desta
disciplina estão iniciando uma investigação onde o foco se centra na experiência
com o trabalho final de grado e de como esta experiência está afetando eles.
Para a próxima aula (dia 19) eles terão que trazer materiais (de todos os tipos) tentando
responder a seguinte questão: A que associamos a noção de final?
E eu me
pergunto: E eu, com que associo (em relação a tese)?
Sigo buscando
mis pistas...
2ª – Seminário de leituras – disciplina com estudantes de doutorado com orientação do Prof. Fernando Hernández.
Uma das coisas
que me perguntava ao retornar a Barcelona é se eu deveria ou não assistir
aulas na universidade, pensando na questão de focar única e exclusivamente na
escrita da tese de doutorado e não dispersar minha atenção. Neste caso, a
respeito desta disciplina – seminário de lecturas – impossível!!!
Costumo dizer
que umas das experiências mais marcantes em minha formação na Universidade de Barcelona foi a
participação nestes seminários, não só pela maneira como eramos incitados a discutir certas problemáticas, mas também pela maneira solidária como compartíamos nossos saberes e não-saberes. Lembro aqui também com carinho do meu grupo de colegas
daquela época em que nos denominávamos como espigadores!
Neste ano de 2012 a problemática
do seminário se centra se podemos ou não construir outras ciências sociais.
Iniciamos o
seminário trabalhando com o texto de Catherine Walsh - ¿Son posibles unas ciências
sociales/culturales otras? Reflexiones em torno a las epistemologias
decoloniales – que nos permitiu ir e vir para muitos lugares/contextos e levantar diversas questões.
E aquela
pergunta que a meses venho tentando responder - ¿Cómo cuento la historia de los
estudiantes sin que mi historia sea más importante y que tenga más espacio? – começa
a partir de agora ganhar novos rumos e possíveis discussões com o tema das
colonialidades e das posições que assumimos dentro de uma investigação.
3ª – Quinta-feira – dia de buscar o NIE e por fim deixar o passaporte guardado em casa.
Uma das minhas
grandes emoções nesta nova estadia era a possibilidade de ter novamente o
documento espanhol: o NIE. Lembro-me nestes últimos três anos como me sentia
incomodada ao ter que mostrar o passaporte quando era solicitado. Com o NIE em mãos
fica mais forte o sentimento de pertencer a tal lugar e ao mesmo tempo sentir
que esse tal lugar me pertence.
E por uma grata coincidência,
eis que uma livraria “La Central” cruza meu caminho e me “presenteia” com um
livro que trata de discutir a questão do ser estrangeiro explicando que “o
estrangeiro não é uma pessoa senão uma forma social, isto é, se trata de um
vinculo especifico de relação, uma forma particular de ser com outros”
(2012:11).
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