quinta-feira, 21 de março de 2013

"eu fiquei muito chocada"...


Esta semana eu estava pensando que não iria publicar nada no blog: até o final de semana tenho que finalizar 3 capítulos, mas a questão da redação no Enem nesta semana e a receita do miojo merece espaço e minha revolta também!!!

Fico aqui pensando: por um lado, a escola que continua ensinando formas clássicas de escrever um texto ignorando as muitas possibilidades que existe e por outro lado o pobre cidadão que já foi instruído (ou pensa que foi!!!) e que acredita que não precisa de uma formação continuada (aqui vale para todas as áreas, não só quem trabalha com educação)...

Ora bolas pessoal: vejam que século estamos, vamos ler, vamos nos informar, vamos sair da nossa zona de conforto. Não são só as leis que mudaram, mas conteúdos, ideias, conceitos e viva a pós-modernidade! A modernidade já se foi, as identidades não são fixas e como diz Baumam são liquidas.

E as pessoas criticando o menino que colocou uma receita de miojo na redação. Deveriam criticar professores, instituições que continuam ensinando como séculos atrás...
Pobre menino, tentou ser criativo, mas ninguém lhe ensinou como construir um texto que fuja de certos padrões clássicos!
E a gente fala em ser criativo, usar da criatividade...ele tentou, mas infelizmente não conseguiu. Não por culpa dele, mas por nossa culpa. Sim: acho que somos todos responsáveis quando se trata de um tema ou problemática nacional.

Certo, existem problemas que precisam ser discutidos:

- aprovar o maior numero de pessoas – DISCORDO
- precisamos novas formas de avaliação – CONCORDO
- Precisamos mudar muitos absurdos sobre este tema - ENEM e principalmente as politicas publicas educacionais...
- mas precisamos também que nossa forma de pensar a ‘educação’ mude e urgente...

E daí, vocês me perguntam: Lilian, porque esta revolta?

Acabo de ler uma matéria no clicrbs sobre a questão da correção da redação do Enem e uma das avaliadoras do concurso fala:

“Outra coisa que eu fiquei muito chocada: SE APARECESSE UM TEXTO COMO POESIA, OU NARRATIVA, MAS QUE TIVESSE A VER COM O TEMA, E QUE SE EU SENTISSE QUE EM ALGUM MOMENTO ELE ESTAVA DEFENDENDO DE ALGUMA FORMA O PONTO DE VISTA DELE, NÃO PODERIA ANULAR TAMBÉM, TERIA QUE DAR UM.

Lembrem-se: minha investigação é narrativa e o modo como construo o relato é a partir de cartas. Na tese me utilizo de imagens, poesia, musica e toda e qualquer referencia que possa me ajudar a construir outro tipo de relato.

E me pergunto agora, em relação ao que esta avaliadora expõe: não seria melhor perguntar-se que tipo de conhecimento ou informação este aluno mostra no texto (sem excluir a poesia ou a narrativa ou qualquer outra forma linguística de redação)?


Segue abaixo a reportagem:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/03/se-escrevesse-uma-receita-de-bolo-eu-teria-de-considerar-diz-avaliadora-que-participou-das-correcoes-das-redacoes-4081536.html

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