Quase
1 mês que não publico no blog! O trabalho aqui cada vez aumenta e com isso
tento não perder a concentração.
Mas
esta semana surgiu uma discussão interessante no facebook sobre o olhar do
estrangeiro que vive no Brasil, neste caso, me refiro exclusivamente a um post
de um Frances chamado Olivier Teboul que como ele diz é exagerado e nada
muito sério.
Segue o link para quem não teve acesso:
Como me posiciono?
Não estou nem a favor daquelas pessoas que acharam
legal tais comentários e muito menos (menos mesmo mesmo) daqueles que acham que os
comentários de Olivier são como muitos disseram pela rede “idiota”.
O post pode ser divertido, falar algumas ‘verdades’
sobre nossos costumes, nosso jeito de ser e atuar na sociedade. Para mim é séria
a discussão e certos comentários que surgiram depois de sua postagem são preocupantes.
Porque um estrangeiro não pode tecer/construir/criticar/fazer
comentários sobre o país em que está vivendo?
Ah, claro eu (brasileira) posso, mas o ‘outro’ não.
Será que eu como brasileira conheço mesmo meu país?
Até que ponto luto para que a situação do país mude?
Entre idas e vindas a Barcelona poderia enumerar
assim como fez Olivier comentários, criticas sobre Espanha, Catalunya e
Barcelona...
E porque não?
Porque não posso?
Serei babaca se fizer isso?
É o MEU ponto de vista, estou falando da MINHA experiência.
Ah, sim: e porque um cozinheiro não pode falar da sua experiência
em um país estrangeiro? Só pode falar o cientista social?
Qual é a diferença entre os dois? Para mim nenhuma.
Aqui está um dos pontos mais tristes para mim desta discussão:
muitas vezes não nos damos por conta, mas discriminamos o tempo todo como se um
ou outro estivesse mais autorizado a falar.
E aqui não estou falando como uma pessoa que investiga
relatos de estudantes brasileiros em Barcelona, mas como uma brasileira que ao
chegar a outro país para realizar seu sonho de estudar, teve que trabalhar em
loja, em bar, se vestir de papai Noel no metro da cidade para sustentar-se. Não
sou menos e nem mais que ninguém por isso.
Aliás, acho até que os comentários de Oliver foram bastante
generosos e agradáveis. Ele poderia ter sido mais duro se fizesse relações com o
transporte publico, com a questão da segurança e da violência e com a discrepância
social com que vivemos e convivemos diariamente no Brasil.
Claro, uma vez escutei de um conhecido que a situação no
Brasil tinha mudado, porque agora se podia comprar um computador em 10 vezes
sem juro, viajar de avião, etc. Queremos pouco, lutamos pouco e nos contentamos
com muito pouco.
Ninguém pode viver o que o outro vive, porque sempre
será diferente.
Cada um tem seu olhar e por isso não me dá o direito de
dizer que o outro é babaca.
Aqui (Barcelona) tem coisas ótimas, mas também coisas
ruins, assim como no Brasil.
Entre este constante transito de ir e vir, sou
consciente que para mim foi necessário ter um olhar desde outra cultura não para
comparar, mas para compreender melhor a minha.
E para aqueles que possam achar que esta postagem gera prepotência, segue a foto abaixo:
Viva o Brasil na Catalunya e viva a Catalunya no Brasil :)
Ah sim: o tema da minha próxima postagem será sobre idiomas e como ando escrevendo mal o português! Estou escrevendo em qual idioma mesmo?...risos...
posso compartilhar seu texto? concordo em gênero, número e grau contigo.
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