quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Suerte para todos nós


O processo de escrita de uma tese é um processo solitário: por mais que se compartilhe os achados, os avanços é você e você e a tese. Para que este momento não se torne tao solitário assim, as pessoas que estão ao seu lado te acompanhando são muito importantes neste processo. 

Ps: acho que por isso que as ultimas teses que li tinham muitas páginas de agradecimentos...

Figura de extremíssima importância é o orientador (peça fundamental neste processo) e que eu agradeço todos os dias e em todas páginas que eu avanço por existir. 
E os amigos??? Ah, como é bom ter amigos que te dão forças. Eu tenho um montão.
Família - muito feliz por ter a minha ao lado, sempre.
Mas, eu não poderia deixar de agradecer meu companheiro de todas as horas pela paciência e atenção nestes últimos meses...

Na verdade além de solitários, os que fazem uma tese também são muitas vezes egoístas,  porque acham (achamos) que somente nós (os que fazem uma tese) são (somos) os que sofrem (sofremos) - (ps: juro que estou tentando ser a mais feliz e esperançosa possível neste momento, mas nem sempre rola). Sou consciente que  aqueles que estão ao nosso lado sofrem também, já que nosso humor atua conforme o avance das páginas. Durante o processo é preciso muito carinho e compreensão.

Por eso, muchas gracias mi amor (my husband!!!) por la atención y el cuidado de todos los dias.
Ps: fiquei pensando agora, que as pessoas ao lerem este post, pensarão: Pobre, Leonardo! (rsrsrsrsrsrsrsrs).

Bom, na verdade este post era para falar de textos que encontrei sobre 'fazer uma tese' e que refletem sobre o que é uma tese ou pelo menos o que deveria ser, mas com um toque de ironia e graça.

Encontrei dois blogs interessantes e para quem está na mesma situação vale a pena ler para refletir e rir um pouco. 
http://divinascrueis.blogspot.com.es/2013/01/como-escrever-uma-tese.html
http://cronicasurbanas.wordpress.com/tag/tese/

O texto que queria compartir encontrei no link do primeiro blog. É uma cronica publicada no Jornal O estado de Sao Paulo, no dia 7 de outubro de 1998 de Mario Prata.

UMA TESE É UMA TESE - Mario Prata 
Crônica publicada no jornal O Estado de Sao Paulo.
7 de outubro de 1998.

Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa  meses, anos, séculos, defendendo uma tese.
Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha.
Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290.
Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma
versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza.
Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria um tesão.


Suerte para todos nós!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

sem sinal


Estoy en deuda con el blog…

Foram tantos acontecimentos estas ultimas semanas que foi impossível escrever. Na verdade foi uma mistura de “falta de vontade” com “falta de tempo”.

Falta de vontade (ou de coragem)... A tragédia em Santa Maria me deixou muito triste, era como se eu ainda morasse lá. Lembrei-me de tantas coisas, de tantos momentos, de tantos conhecimentos. Lá eu aprendi tanto da vida e sobre a vida. Lá eu ganhei independência e fiz amizades lindas que eu conservo até hoje. Lá eu aprendi a voar e por isso, acho eu, que me sinto de todos os lugares e ao mesmo tempo de nenhum.
Eu sinto muito por tudo que aconteceu...

Falta de tempo... Seminários, defesas, conversas/diálogos, reuniões e a tese (vezes 20 vezes).

Momento de ficar sozinha e trabalhar. É como me sinto agora. Achei que este momento ia demorar em chegar, o de querer estar sola – yo y mi trabajo.
Momento em que mesmo olhando para o teto, se pensa em tese. Na academia, penso na tese. Na mesa do bar, penso na tese. Viva!!!

Mas não vou me prolongar hoje, este post era só para dizer que estou por aqui e logo acharei um motivo/tema para escrever, sem forçar, claro!

A imagem que postei no meu facebook esta semana de um comunicado do metro não era para dizer exatamente que  metro estava fazendo greve e que o serviço ia sofrer alterações.

Para os próximos dias, semanas e meses se eu demorar em responder, ligar, ou, etc, etc, etc é que... Estou fora de área ou sem sinal!