quinta-feira, 18 de abril de 2013

...para mim a polêmica da semana...


Quase 1 mês que não publico no blog! O trabalho aqui cada vez aumenta e com isso tento não perder a concentração.

Mas esta semana surgiu uma discussão interessante no facebook sobre o olhar do estrangeiro que vive no Brasil, neste caso, me refiro exclusivamente a um post de um Frances chamado  Olivier Teboul que como ele diz é exagerado e nada muito sério.

Segue o link para quem não teve acesso:


Como me posiciono?

Não estou nem a favor daquelas pessoas que acharam legal tais comentários e muito menos (menos mesmo mesmo) daqueles que acham que os comentários de Olivier são como muitos disseram pela rede “idiota”.

O post pode ser divertido, falar algumas ‘verdades’ sobre nossos costumes, nosso jeito de ser e atuar na sociedade. Para mim é séria a discussão e certos comentários que surgiram depois de sua postagem são preocupantes.

Porque um estrangeiro não pode tecer/construir/criticar/fazer comentários sobre o país em que está vivendo?
Ah, claro eu (brasileira) posso, mas o ‘outro’ não.
Será que eu como brasileira conheço mesmo meu país?
Até que ponto luto para que a situação do país mude?

Entre idas e vindas a Barcelona poderia enumerar assim como fez Olivier comentários, criticas sobre Espanha, Catalunya e Barcelona...
E porque não?
Porque não posso?
Serei babaca se fizer isso?
É o MEU ponto de vista, estou falando da MINHA experiência.

Ah, sim: e porque um cozinheiro não pode falar da sua experiência em um país estrangeiro? Só pode falar o cientista social?
Qual é a diferença entre os dois? Para mim nenhuma.
Aqui está um dos pontos mais tristes para mim desta discussão: muitas vezes não nos damos por conta, mas discriminamos o tempo todo como se um ou outro estivesse mais autorizado a falar.

E aqui não estou falando como uma pessoa que investiga relatos de estudantes brasileiros em Barcelona, mas como uma brasileira que ao chegar a outro país para realizar seu sonho de estudar, teve que trabalhar em loja, em bar, se vestir de papai Noel no metro da cidade para sustentar-se. Não sou menos e nem mais que ninguém por isso.

Aliás, acho até que os comentários de Oliver foram bastante generosos e agradáveis. Ele poderia ter sido mais duro se fizesse relações com o transporte publico, com a questão da segurança e da violência e com a discrepância social com que vivemos e convivemos diariamente no Brasil.

Claro, uma vez escutei de um conhecido que a situação no Brasil tinha mudado, porque agora se podia comprar um computador em 10 vezes sem juro, viajar de avião, etc. Queremos pouco, lutamos pouco e nos contentamos com muito pouco.

Ninguém pode viver o que o outro vive, porque sempre será diferente.
Cada um tem seu olhar e por isso não me dá o direito de dizer que o outro é babaca.
Aqui (Barcelona) tem coisas ótimas, mas também coisas ruins, assim como no Brasil.

Entre este constante transito de ir e vir, sou consciente que para mim foi necessário ter um olhar desde outra cultura não para comparar, mas para compreender melhor a minha.


E para aqueles que possam achar que esta postagem gera prepotência, segue a foto abaixo:



Viva o Brasil na Catalunya e viva a Catalunya no Brasil :)





Ah sim: o tema da minha próxima postagem será sobre idiomas e como ando escrevendo mal o português! Estou escrevendo em qual idioma mesmo?...risos...