segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cenas do próximo ou dos próximos capítulos…

Já pensou que tipo de professor você é?
Que tipo de aprendizagens promove em sala de aula?
E  a criticidade fica onde?
E a auto-criticidade?
Existe “espaço” para que o aluno pense na sua trajetória e no seu comprometimento de forma crítica?

E o que é realmente um ser crítico?
Tantas pessoas envolvidas com a educação (para não dizer só professor e/ou aluno) dizendo por ai que umas das aprendizagens durante seu processo de formação foi “aprender a ser crítico” e penso: é mesmo? Onde mesmo? Quando é crítico?


Estes últimos dias ando pensando nisso, no que gostaria de promover em uma sala de aula.

Ando pensando nas frustrações, nas desilusões, mas também nas possibilidades de pensar na "sala de aula", nas relações pedagógicas como espaço para  refletir sobre o comprometimento, o engajamento e assim a auto-critica.

Será que é tao difícil assim?

domingo, 19 de maio de 2013

infelizmente


Ontem foi a noite dos museus aqui em Barcelona, além de gratuito, ficaram abertos até a 1 da manha.

Tão bonito ver as pessoas participando, gente de toda idade até o ultimo minuto. Vi até mesmo muitas mães com seus seus filhos no carrinho.

 


Infelizmente, foi impossível não fazer comparações...
Gostaria muito dizer que lá também funciona como aqui: mas não!

Garanto que muitos agora diriam que os museus aqui só enchem quando promovem este tipo de evento. E aqui existem muitas criticas de como funcionam e se organizam os museus, mas, contudo, no entanto, porém... a comparação é e foi inevitável...

Ontem no Macba, escutamos uma brasileira dizendo que gostaria de frequentar mais museus no Brasil. Fiquei pensando onde esta menina mora ou morava. Bom, se for em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e acredito que Belo Horizonte  existem poucas desculpas. Porto Alegre também. Bom, o certo é que exposições acontecem mesmo nas capitais.

Para mim os museus aqui estão mais entranhados na cultura do povo. Infelizmente na nossa acho que são os shoppings e centros comerciais, isso no caso de Goiânia.  Infelizmente são poucas as universidades que tem no seu currículo uma disciplina especifica de museus.

Desculpe se estou sendo demasiadamente radical, gostaria de pensar diferente, mas infelizmente não consigo.

Bom, mas ñ posso deixar de mencionar grandes iniciativas quando tratam de pensar museus, participações e ações educativas. A galeria da FAV é um destes espaços em Goiânia que tenta promover não só exposições mas discussões sobre as mesmas e o mais interessante trazendo artistas de todo o Brasil. Também - felizes daqueles alunos que puderam participar das ações educativas coordenadas pela profa. Valéria na EAD.

A Bienal de Sao Paulo, a Bienal do Mercosul são grandes oportunidades, mas poucos tem acesso no meu ponto de vista ainda.

Será tao bom quando percebermos que não só as pessoas que trabalham com a arte frequentem um museu.

E mais, fico pensando aqui com meus botoes: quantos alunos de artes visuais acabam o curso sem nem mesmo terem frequentado um museu?

Buenas, hay mucho trabajo adelante!

Abaixo, imagens de nossa caminhada por 4 museus da cidade ontem: Fundació Suñol, Fundació Tapies, Macba e CCCB.







 


 










quinta-feira, 16 de maio de 2013

jornadas da semana...


Esta semana celebramos a 2ª Jornada Anual de Investigadores em Formação do doutorado aqui na Universidade de Barcelona.

Foram dias em que o caderninho não parou de ser preenchido. Muitas anotações, aprendizagens, conversas e uma troca gratificante de experiências. Foi umas jornadas de humildade, escuta atenta e todos dispostos a contribuir com o outro.

Em vários momentos durante o debate escutei colegas dizendo: estou utilizando tal autor, acho que poderá te ajudar também!
Sem essa de guardar a 7 chaves o tesouro. É bonito saber compartilhar o que um aprende e pensar que o outro pode aprender também.

Aprender em grupo é mais fácil, pelo menos eu acho isto!

Lembrei-me do meu inicio do doutorado: dos colegas que já acabaram, dos que estão na luta como eu para finalizar e também daqueles que se perderam pelo caminho. Aprendi tanto com eles, com os espigadores!!!

Penso nos que estão longe e que (não podem e não puderam) vivenciar este (e outros) ricos momentos de aprendizagem em grupo.

Fotinhos de alguns momentos :)




  

 

 














sábado, 11 de maio de 2013

autonomia, jornadas e universidade...


Eu acredito que a autonomia nos ensina sobre a criticidade...

Nestas ultimas semanas tenho pensado muito na questão da autonomia e na necessidade de promovê-la na universidade.

Este tema vem de encontro também com a proposta do Grupo Indaga’t e que neste curso está discutindo a questão da avaliação autônoma.

Nesta próxima segunda, terça e quarta-feira celebraremos na Universidade de Barcelona uma jornada de investigação organizada pelos próprios alunos do doutorado de Arte e Educação  Um bom exemplo de uma ação autônoma.


Para mim, estas jornadas serão muito importantes: primeiro porque compartilhar nossa investigação com colegas é sempre saudável, segundo porque será a 1ª vez que vou apresentar a tese depois das mudanças na forma de organizar o relato.

Espero na quinta-feira poder compartilhar algumas ideias do que rolou nas jornadas. 

Enquanto isso, vou organizando minha apresentação :)



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sobre escrever em outros idiomas, sobre conviver com outros idiomas


Acho que umas das minhas  fascinações de poder estar e viver em Barcelona têm um pouco a ver com a diversidade de gente que anda e vive por aqui e de idiomas com que nos deparamos cotidianamente.

Interessante é quando nos damos por conta de que já não sabemos mais em qual idioma estamos falando ou quando paramos para observar/escutar alguém no metro e não sabemos identificar em que língua a pessoa está falando.

Lembro-me dos primeiros meses em Barça  e eu no metro completamente paralisada tentando compreender que idioma falavam. Tanta gente e tanta diversidade!
Lembro-me também quando falava em castelhano e a pessoa respondia em inglês... (rsrsrs)!!!

Aliás, tem palavras que não consigo traduzir para o português, tenho a sensação que perde o sentido, o sentido e a relação construída por mim com tal palavra. Trago algumas como exemplo: Desarrollar – Cambio – Desplazar - plantear...

Quando decidi escrever a tese multilíngue, isso em 2008, um dos primeiros motivos era pela experiência de viver e praticar todos estes idiomas, nas dificuldades de não ser compreendida (mesmo que o castelhano seja parecido com o português) e nos desafios em escrever em um idioma novo.

Depois de alguns meses quando retornei ao Brasil, em 2009, percebi que em meu computador havia 2 pastas em relação a tese de doutorado chamadas: Goiânia e a outra Barcelona. Curiosamente na pasta chamada Goiânia os textos que escrevia estavam todos em português e na pasta Barcelona eram textos que escrevia quando estava aqui e todos escritos em castelhanos. Era como se aqui (BCN) eu não conseguisse escrever em português e em Goiânia não conseguia em castelhano.

Com o passar do tempo tive outras razoes para acreditar em uma tese multilíngue.

Nas entrevistas com os sujeitos brasileiros, os idiomas são frequentemente trocados, (re)adaptados e utilizados em constante sintonia. Na maioria das vezes de forma inconsciente.

Em algum post anterior, comentei que não estou escrevendo capítulos e sim cartas. 
Pois então, o idioma de carta depende de seu interlocutor. Se me comunico com certo interlocutor em castelhano, o idioma  da carta é/será o castelhano.

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Cada vez que posto alguma coisa no blog fico durante alguns dias, editando o texto, porque encontro inúmeros erros de português ou castelhano. 
Um dos problemas de escrever em outro idioma e principalmente uma tese multilíngue é o preço que irá sair a revisão: uma revisão em português, outra em castelhano e outra em inglês.

A palavra ‘estrangeiro’, por exemplo, toda vez que escrevo vou até o Google para ver em qual idioma é com x ou s e ainda j ou gEstrangeiro – Extranjero.

Bom, para finalizar este post compartilho esta imagem que salvei no meu computador a alguns anos atrás, mas sempre que posso volto nela, porque para mim é (e permanece) bastante emblemática - Barcelona, uma cidade de muitos idiomas...